quinta-feira, 12 de abril de 2012

Biografia - Parte VI

                                                         Charles X Imprensa

        Apesar do sucesso de O Grande Ditador, a partir de seu lançamento Charles começou a ter problemas com a imprensa. Passou a evitá-la com receio de que "tesourassem" seu filme antes dele ser lançado em Nova york. Sua decisão de só apresentá-lo à imprensa, em última hora, pouco antes da apresentação ao público, deixou os repórteres enfurecidos a ponto de surgirem nos jornais boatos desagradáveis sobre Charles e Paulette e histórias sobre a sua sovinice. A partir daquele momento, Charles Chaplin se tornaria o alvo favorito de toda a imprensa americana que descarregaria sobre ele, pesadas críticas.
         Naquela época, o presidente americano Franklin D. Roosevelt alimentava uma guerra fria com Hitler, embora os americanos ainda não houvessem entrado na guerra. Quando os japoneses atacaram Pearl Harbor,em dezembro de 1941, os americanos ficaram atônitos. Logo depois, partiriam para os campos de batalha.Os russos, diante de Hitler,ansiavam pela formação de uma segunda frente contra ele e Roosevelt concordou com a idéia.
       Foi nesta ocasião que Charles sofreu uma de suas maiores contrariedades.Começava ali, uma  guerra  pessoal ,entre Charles Chaplin e a imprensa americana. Convidado pela Comissão Americana Para o Socorro de Guerra Russo, para substituir o embaixador dos Estados Unidos em Moscou, já que este estava doente, Charles deveria fazer um discurso em seu lugar. Preparou-se poucas horas antes e partiu para San Francisco.Seria o principal orador para uma platéia de mais de dez mil pessoas.Solicitado a falar, Charles dirigiu -se ao público dizendo:" Camaradas"!  A platéias comelou a rir. " presumo que se encontram aqui, nesta reunião,muitos russos e a estes quero dizer: Dada a maneira por que os vossos compatriotas estão lutando e morrendo neste mesmo instante, é uma honra e um privilégio chamar-vos de camaradas"!  ... Não sou um comunista. O que sou é um ser humano e penso conhecer as reações dos seres humanos. Os comunistas não são diferentes das outras pessoas; se perdem um braço ou uma perna, sofrem tanto como qualquer um de nós. As mães comunistas são iguais às outras mães"...  Os russos são nossos aliados... Stalin deseja o que  Roosevelt tem pedido e o que todos nós devemos apoiar... a abertura imediata de uma segunda frente"! E prosseguiu falando por ceca de 40 minutos. Quando terminou foi ovacionado delirantemente. Ao sair dali, para jantar com dois amigos, um deles lhe disse que ele tinha uma grande coragem por  fazer um discurso como aquele. Charles sentiu-se angustiado, pois não era sua intenção mostrar quaquer valentia e, muito menos, se envolver em questões políticas. Mas semanas depois, convidado a participar de um comício em Nova York, trantando da mesma causa que ele considerava justa, Charles aceitou.De Hollywood ele falaria ao público de Nova York por telefone. E falou por 14 minutos.
       Charles desfrutava agora de uma vida relativamente serena. Mas logo viria a tempestade quando, num domingo, após jogar tênis com Tim Durant, este lhe contou que marcara encontro com uma jovem, amiga de Paul Getty. Charles foi convidado para jantar com eles, já que ela desejava conhecê-lo. Assim, Joan Barry entrou para a vida de Charles Chaplin. O jantar ocorreu de forma descontraída. Charles achou-a alegre e agradável, imaginando que não mais a veria. Estava totalmente enganado.

                                                               Joan Barry

                                                      Chaplin e Joan Barry

         Quando chegou à costa oeste, depois de concluir o ensino médio, Joan Barry (nascida Mary Louise Gribble) era uma aspirante à carreira de atriz sem qualquer experiência ou formação profissional. Uma ruiva impulsiva, temperamental, com uma figura voluptuosa, a jovem de 18 anos planejava causar furor em Hollywood.
      Em vez disso, enquanto lutava para se sustentar, ela foi presa duas vezes pela polícia de Los Angeles por atualizar o seu guarda-roupa com vestidos furtados de lojas sofisticadas. Em busca de uma forma menos arriscada para viver, ela se tornou a amante de um rico e proeminente homem de negócios de Los Angeles que pagava seu aluguel e a manteve bem vestida durante os dois anos seguintes.Num zig-zag de instabilidade psicológica,usando drogas, bebendo, cortando os pulsos, fazendo chantagem emocional, logo se tornou a bonequinha mimada do mais famoso industrial do petróleo do mundo,John Paul Getty.
       No domingo seguinte àquele seu primeiro encontro com Charles, Joan apareceu em sua casa, acompanhada de Tim Durant. Charles convidou-os para jantar no restaurante Romannoff e depois os levou de carro às suas casas.Na segunda-feira, pela manhã, Joan telefonou para Charles perguntando se ele não queria convidá-la para almoçar. Ele explicou que teria que comparecer a um leilão em Santa Bárbara. Se ela desejasse, poderiam almoçar juntos, após o evento. Ela aceitou. Nesse encontro, Joan contou a Charles que havia brigado com Paul Getty e estaria partindo para Nova York no dia seguinte.Acrescentou que, se ele desejasse, ela poderia desistir da viagem. Achando tudo muito suspeito, pela forma repentina daquela proposta, Charles disse-lhe que não desitisse de regressar e, para encerrar o assunto, levou-a até a porta de seu edifício e despediu-se dela.
      Dois dias depois, Joan lhe telefonou dizendo que havia desistido da viagem e perguntando se ele desejava vê-la naquela noite. Charles aceitou e, desde então, passou a encontrá-la com freqüêcia. Joan começou a aparecer na casa de Charles sem qualquer aviso e a altas horas da noite. Depois passava uma semana sem dar notícias. Charles começou a ficar apreensivo com aquela situação.
            Tempos depois, Joan disse a Charles que havia assistido a uma peça- Shadow and Substance- e que gostaria de fazer o papel principal. Charles não a levou a sério. Então, após o jantar, ela leu para ele as falas da personagem em questão. Charles ficou tão impressionado que resolveu submetê-la a um uma prova de filmagem para ver se era fotogênica.O resultado foi satisfatório e ele achava que havia descoberto um novo talento.
         Charles comprou os direitos da peça , fechando o negócio por 25 mil dólares e, em seguida, contratou Joan.Assim, em junho de 1941, ela assinou um contrato de 250 dólares semanais renováveis, para se tornar uma assalariada protegida da mais famosa estrela de Hollywood.

        Após a assinatura do contrato, Charles, então com 52 anos, se encarregou de matriculá-la na elegante escola de dramatologia de Max Rheinhardt e levá-la ao mais caro  odontologista de Beverly Hills.
         Olhando para trás ,com pesar, vinte e cinco anos mais tarde, o septuagenário Chaplin ressaltou as outras características da jovem estrela que também havia chamado sua atenção: "Miss Barry foi uma bela mulher de vinte e dois anos , bem construída, com cúpulas na região superior imensamente expansivas que evocaram minha curiosidade libidinosa".
       Durante meses Charles ficou envolvido com a nova produção- Shadow and Substance.A partir daí, fatos estranhos começaram a acontecer. Joan chegava ao apartamento de Charles, em seu Cadillac ( presente de Paul Getty), às mais variadas horas da noite, completamente bêbada, a ponto de Charles pedir a seu motorista que a levasse em casa. Numa outra ocasião, ela bateu com o carro numa estrada, abandonando o veículo e deixando-o lá. Charles temia que ela pudesse ser presa por dirigir embriagada e, estando seu nome liagdo aos estúdios de Chaplin, isto poderia ocasionar um escândalo. Joan Barry se tornou de tal forma inconveniente que Charles passou a não atender os telefonemas que ela lhe fazia altas horas da noite. Joan passou a perturbar Charles, quebrando vidros das janelas de sua casa, a fim de entrar ali. Charles soube que ela havia deixado de frequentar o curso de dramatologia. Perguntada a respeito, disse que havia desistido da carreira de atriz e que rasgaria seu contrato, caso ele lhe desse 5 000 dólares, pagando também a sua passagem e a de sua mãe, de volta a Nova York. Com a maior alegria, Charles aceitou imediatamente a proposta.
              Meses depois, Charels foi convidado para fazer um comício em Nova York, no Carneggie Hall. Partiu para lá, na companhia de seu amigo Tim Durant.
             O comício foi um duelo de amor entre Charles e o público.Após o comício, Charles e Durant foram jantar com amigos. Enquanto estavam ali, Charles recebeu diversos recados que, por telefone, Joan Barry lhe enviava. Charles então, deu ordens para que não mais lhe repassassem qualquer ligação, mas Tim ponderou que seria melhor ele entrar em contato com ela, evitando assim que  aparecesse no hotel onde estavam hospedados.
     Então, quando mais uma vez, o telefone tocou, ele atendeu. Joan desejava cumprimentá-lo e queria vê-lo. Charles concordou e pediu a Tim que não os deixasse sozinhos.Joan se encontrou com Charles.
    Disse que desde que chegara em Nova York estava hospedada no Pierre Hotel (que pertencia a Paul Getty). Charles mentiu, dizendo que não poderia convidá-la para um almoço, pois,por estar apenas de passagem em Nova York, só ficaria ali por mais um dia. Cerca de meia depois,Joan lhe perguntou se ele poderia levá-la até o hotel onde ela estava.Charles concordou, mas ao chegar lá, diante da insistência dela para que a levasse até o elevador,ficou desconfiado e deixou-a na porta do hotel. Foi a primeira e única vez que ele a viu em Nova York.
      Em Beverly Hills, dando continuidade a Shadow e Substance, Charles recebeu a visita de Orson Welles -  famoso ator, diretor, escritor e produtor americano -  que lhe falou sobre seu desejo de fazer uma série de filmes documentários,com histórias tiradas da vida real.Um deles, seria sobre o  francês Henri Landru, o famoso Barba Azul, assassino em série que se ocupava em se casar com ricas senhoras que viviam sob a pressão econômica da guerra, matando-as depois.

Orson Welles e Chaplin

    Orson achou que aquele seria um excelente papel dramático para Charles que ficou atraído pela proposta.Poderia abrir mão da comédia, como também de escrever o argumento e dirigir a si mesmo como até então vinha fazendo. Pediu a Orson Welles para ver o roteiro. Quando Orson lhe disse que este ainda não estava pronto e que esperava a ajuda de Chaplin para concluí-lo, este se recusou a participar do filme, nestas condições. Dias depois, ele mesmo procurou Welles e ofereceu 5 000 dólares pela peça. Welles inicialmente recusou, masem seguida, aceitou a proposta, desde que aparecesse no "titulo de apresentação " Inspirado numa comédia de Orson Welles".
         A produção de Shadow and Substance foi colocada de lado para que Charles pudesse compor o roteiro de Monsieu Verdoux, título escolhido para o novo filme.
Monsieur Verdoux de Chaplin traçou paralelos entre o assassinato e o massacre causado pela guerra.
           Já se havia passado 3 meses em que Charles trabalhava na nova produção, quando Joan Barry lhe telefonou.Como Charles não a atendesse, Joan enfureceu-se , invadindo sua casa , quebrando vidraças e ameaçando-o de morte. Ela queria que ele lhe desse dinheiro. desta vez, Charles não hesitou em chamar a polícia. E para fugir de um escândalo e evitar que ela fosse presa, decidiu pagar a sua viagem de volta a Nova York.

Chaplin e Oona O'Neil

      Meses depois, um agente de artistas de Hollywood, telefona a Charles para lhe informar que havia emcontrado a atriz ideal para o papel feminino em Shadow and Substance. Ao buscar maiores infromações, Charles soube que se tratava de Oona O´Neil, filha do famoso dramaturgo Eugene O'Neil.
Oona O'Neil

Oona e Charles assistindo jogo de tênis

       Ao encontrá-la num jantar oferecido pelo agente, Charles ficou encantado pela jovem " de luminosa beleza, realçada por indefinível encanto e envolvente doçura", segundo suas palavras. Ao saber que ela tinha 17 anos, Charles considerou que era jovem demais para representar o papel que, por ser muito complexo, exigia uma atriz mais experiente do que aquela bela candidata.E, com pesar, descartou-a de suas cogitações. Dias depois, quando foi procurado pela agente para saber o que havia decidido, já que a Fox se interessava por ela, Charles a contratou imediatamente.
          A medida em que conhecia Oona, Charles se surpreendia com seu bom humor e paciência. Em pouco tempo estavam apaixonados um pelo outro e decididos a se casarem tão logo Shadow and substance fosse concluído.
       Nesse ínterim, Joan barry voltou a Hollywood. Desta vez, trazendo uma notícia bombástica, dizendo ao mordome de Chaplin que estava sem dinheiro e grávida de 3 meses.Charles pediu ao mordomo que lhe dissesse que, caso ela invadisse a sua casa, ele chamaria a polícia,sem temer escândalos.Soube-se depois que Joan fora orientada por uma colunista a voltar á casa de Chaplin com o objetivo de ser detida pela polícia.
        Dias depois, as manchetes explodiam nos jornais: "Chaplin acusado de abandonar e mandar prender a jovem que engravidara". Uma semana depois submeteram-no a uma investigação de paternidade. Charles chamou seu advogado e disse-lhe que não tivera qualquer relacionamento íntimo com Joan Barry nos últimos dois anos. Este o aconselhou a deixar discretamente de lado a produção de Shadow e Substance e enviar Oona a Nova York. Mas Charles não queria que as mentiras de Joan nem as manchetes dos jornais governassem sua vida. Assim, como já havia falado com Oona sobre casamento, decidiram fazê-lo imediatamente.
         Seriam feitas poucas fotos da cerimônia, a fim de evitarem a imprensa hostil. O casal partiu, então, para Carpenteria, um vilarejo próximo a Santa Bárbara, onde realizaram seu casamento civil. Eram 8 horas da manhã quando Oona entrou sozinha no cartório para se registrar.
         Charles deveria ficar do lado de fora, seguindo a orientação de um amigo que o informou que o funcionário do cartório, sempre que percebia a presença de uma pessoa famosa, se comunicava com os repórteres, acionando um botão, embaixo de sua mesa. Quando o funcionário perguntou pelo noivo, Charles entoru subitamente, para surpresa do rapaz. O amigo viu quando a mão destes desapareceu sob a mesa e apressou a entrega da licença. Quando saíram do prédio da prefeitura, o pessoal da imprensa apareceu. Mas o casal se refugiou no carro que partiu entrando e saindo de ruas e vielas,driblando, assim, os repórteres.

Charles e Oona logo após seu casamento

Oona e Charles
       Em Santa Bárbara, Charles e Oona alugaram uma casa por 2 anos. Costumavam sair à noite para caminhar, fugindo dos flashes. Ele sentia-se amargurado por ver o ódio de toda uma nação contra ele e a queda de sua carreira cinematográfica.
       O dramaturgo Eugene O'Neill deserdou sua filha adolescente depois que ela se casou com Chaplin. Uma dasmais duras declarações  sobre a união de Charles e Oona, partiu de seu ex- namorado ,J.D.Salinger. Ele escreveu: "Eu posso vê-los em casa à noite. Chaplin agachado, cinzento e nu, balançando sua tireóide em torno de sua bengala de bambu, como um rato morto. Oona, em um vestido cor de água-marinha, aplaudindo loucamente do banheiro. Agnes ,sua mãe em trajes de banho, passando entre eles com coquetéis. Posso parecer jocoso, mas estou sentido. Sinto muito pela pessoa com um perfil tão jovem e adorável como o de Oona."
      Do ponto de vista do desenvolvimento emocional , não há qualquer razão para se supor que o Charles que se casou com Mildred Harris , em 1918, aos 29 anos, era o mesmo homem que se casou com Oona O´Neill, em 1942, aos 53 anos.



Chaplin nos Tribunais

      Algum tempo depois, o Governo Federal, com total apoio da imprensa, entrou com uma ação contra Charles Chaplin que, nesse ínterim, se preparava para a investigação de paternidade. Lloyd Wright, seu advogado, propôs um exame de sangue para provar que Charles não era o pai da criança em questão. Contudo, logo depois, Lloyd entrou num acordo com os advogados de Joan Barry. Charles pagaria 25 mil a Joan e ela, como o bebê , assim que nascesse, se submeteriam a um exame de sangue. Por haver muitas pessoas com o mesmo tipo sanguíneo, as chances a favor de Charles eram de uma possiblidade em catorze.
       Assim que nasceu a criança - uma menina ,Carol Ann, em 1943, o Governo Federal iniciou seu inquérito. A conselho de amigos, Charles foi orientado a procurar o famoso criminalista Giesler, o que foi um erro, pois isto levaria a crer que Charles estivesse em sérios apuros. O Governo Federal tinha como hábito acusar algum adversário político de haver violado a Lei Mann que tinha o objetivo impedir que prostitutas se transferissem de um Estado para outro. Assim, se um homem atravessasse as fronteiras de um Estado, em companhia da esposa da qual já se divorciara e com ela tivesse relação sexual, poderia ser incurso na Lei Mann e passar 5 anos na cadeia. Se fosse considerado culpado, Charles pegaria 20 anos.
       Repórteres e fotógrafos tinham dias cheios.Quando finalmente, a filha de  Joan Barry foi se submeter à prova sanguínea, Joan e Charles se dirigiram à uma clínica, escolhida, de comum acordo, pelos advogados de ambas as partes.
           Assim que obteve o resultado do exame, o advogado de Charles lhe telefonou para avisar que ele estava inocentado, já que a prova sanguínea demonstrava que ele não era o pai.


Charles lado a lado com Joan

     Logo os jornais estampariam a notícia. Mas o Governo Federal não desisitira do processo. Próximo do dia do julgamento, Carles passou longas horas na casa de Giesler, informando a ele sobre todas as horas que vivera com Joan Barry.
      Um sacerdote católico, enviou a Charles uma carta em que declarava ter provas positivas de que Joan seria um instrumento de uma organização fascista americana e chegou a se dispor a viajar até Los Angeles para dar seu testemunho, mas Giesler achou que aquilo seria desnecessário. Por outro lado, Charles tentou que fossem incluídas nos autos, cartas escritas a ele, por Joan, desculpando-se por tantos aborrecimentos. Ele queria que as mentiras da imprensa fossem derrubadas.
         No dia do julgamento, Charles se encontrou com Giesler no Palácio da Justiça , exatamente às 9:50 h e juntos entraram na sala de julgamento.

Charles entra no tribunal
(Ele passa pela mãe de Joan e a pequena Carol Ann)

Charles Chaplin no Tribunal

      Contra ele, quatro acusações: duas com base na violação da lei Mann e as outras baseadas numa lei obsoleta que o colocava como violador dos direitos de um cidadão.

Para descontrair, Charles desenha no Tribunal

                              Folha de papel com os desenhos feitos por Chaplin,
                                         naquela ocasião,recolhida no Tribunal


Joan Barry chora e é consolada por seu advogado.
A pequena Carol Ann recebe a atenção dele.


Charles lado a lado com Joan Barry

Charles conversa com seu advogado,Jerry Giesler
 antes de ter recolhidas suas impressões digitais


Charles deixando suas impressões digitais no Tribunal
                                        Charles retirando a tinta dos dedos

     O julgamento se prolongou por vários dias. Foi comprovado, diante do tribunal que, poucos dias antes de haver invadido a casa de Charles, Joan havia passado a noite com um jovem alemão com quem dormira. Em depoimento, este declarou que o fato era verídico.
     Orientado pro Giesler, Chaplin não deveria demonstrar qualquer reação, independente de qual fosse o resultado do julgamento. Na sala, embora com o coração aos pulos, ele mostrou-se em perfeita calma.

No tribunal
       Enfim, o escrivão, após ler o documento, anunciou: " Charles Chaplin, Processo criminal 337068... quanto à primeira acusação do libelo... ABSOLVIDO"! Do auditório vieram gritos, imeditamente seguidos de silêncio, a espera de que o escrivão prossegisse: "Quanto à segunda acusação do libelo... ABSOLVIDO"! A sala transformou-se num grande tumulto. Charles jamais imaginava que tivesse tantos amigos!
      Oona, grávida de 4 meses, o esperava sentada na grama do jardim. Estava sozinha e, ao ouvir a notícia pelo rádio, desmaiara. Naquela noite, ela e Charles jantaram, calmamente, em casa. Magoado, Charles não quis ler jornais nem ouvir as notícias.
       O pesadelo, contudo, não havia acabado ali. um advogado, influente na política de Los Angeles, conseguiu reabrir o caso de investigação de paternidade. Habilidosamente, fez com que a guarda da mãe fosse transferida para o Juizado de Menores que, como tutor, exigia de Charles uma pensão para a criança. Assim, num novo julgamento, a despeito do exame sanguíneo, reconhecido como prova definitiva nos tribunais da Califórnia, o veredito foi contra Charles.
      Ele e Oona decidiram sair da Califórnia e seguiram de trem até Nova York e de lá para Nyack onde alugaram uma casa isolada, construída em 1780. Ali ninguém os visitaria o que seria ótimo para eles que desejavam se refazer das emoções causadas pelo julgamento.Ficariam ali até o nascimento do bebê.Charles deu continuidade a Monsieur Verdoux, mas aos poucos percebeu que era impossível trabalhar em Nyack. Assim, voltam para a Califórnia. Ele desistira de dar contibuidade a Shadow and Substance, depois que Oona lhe disse que não mais queria ser atriz de teatro ou cinema.

Charles com Michael, Oona e Geraldine
em 1948, em sua casa em Los Angeles

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